segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Variedades da língua portuguesa: Portugal e Brasil

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Variedades da língua portuguesa: Portugal e Brasil
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Variedades do Português (Língua
Portuguesa)

Principais diferenças entre a língua Portuguesa falada em Portugal e no Brasil

Entre as duas Variantes da língua
Portuguesa (trata-se apenas de uma única língua, muito embora até muito
recentemente, e caso único , no panorama linguístico Ocidental; possuísse ,
de facto duas ortografias diferentes.)

Algumas das diferenças essenciais entre ambas as variedades da língua
Portuguesa assentam principalmente, no aspecto práctico, no emprego por exemplo
da palavra Você por parte dos Brasileiros em vez de tú,  e no uso de
muito vocabulário de influência das línguas autóctones (línguas nativas,
faladas pelos índios), africanas e castelhanas.

Alguns autores pensam que o Português do Brasil poderá ter tido também uma
grande influência de alguns dialectos falados no norte de Portugal, região de
onde emigraram para o Brasil muitos dos colonos que para ali foram.

Transcrevendo da Wikipedia : (whttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portugu%C3%AAs_brasileiro)
sobre este assunto, para melhor auxiliar o entendimento do mesmo de uma forma
cabal ( o artigo que se segue é reproduzido bem como as hiperligações, sob licensa creative commons) :


Alguns aspectos conservadores e
inovadores da fonética brasileira:

 Aspectos
conservadores

Na maior parte do Brasil, os -s e -z em final de palavra ou diante de consoante surda são realizados como [s] (como em "atrás" ou "uma vez") ou como [z] diante de consoante sonora ("desde"), em vez de [ʃ] e [ʒ] como em Portugal.
As vogais átonas permaneceram abertas, perpetuando "mais uma vez a pronúncia de Portugal antes das grandes mutações fonéticas do século XVIII" [6]
Por outro lado, certas inovações fonéticas ocorridas no português europeu no século XIX foram ignoradas no Brasil: manteve-se a pronúncia [ej] em ditongos como do "ei" em "primeiro", versus a pronúncia [ɐj]; a pronúncia do "e" tónico como [e], versus [ɐ], em palavras como "espelho" ou "vejo" [7].

Aspectos inovadores

Entre outros, assinalam-se os seguintes: Desaparecimento da oposição entre o timbre aberto e fechado nas vogais tónicas a,  e o seguidas de consoante nasal (ex: "vênia" vs. "vénia","Antônio" vs. "António"); O mesmo fenómeno ocorre nas vogais das sílabas pretónicas (ex: o primeiro "a" de cadeira,
pronunciado /a/ no Brasil e /ɐ/ em Portugal); Vocalização do "l" velar, como em "animal", pronunciado [ãnimaw]. [8]

 Morfossintaxe

A construção estar + gerúndio domina no Brasil, versus a construção estar + a + infinitivo que se tornou dominante no português padrão europeu (mas o uso do gerúndio permanece nas classes populares do Sul de Portugal[
e das ilhas da Madeira e Açores) (ex: "estou escrevendo" vs. "estou a escrever");

No Brasil pode-se utilizar o pronome possessivo sem ser precedido de artigo, ao contrário do que acontece em Portugal (ex: "meu computador" vs. "o meu computador");A colocação dos pronomes átonos é diferente no Brasil
e em Portugal, na fala apenas. Na escrita, as regras são as mesmas. No entanto,prefere-se sempre o uso da próclise (pronome antes do verbo); ênclise (depois do verbo), apenas em formalidades; e mesóclise (no meio, como construir-te-ia),quase nunca usada.

  • exemplo: "Me diga uma coisa" (Brasil), vs.
    "Diga-me uma coisa" (Portugal), "Pode me dizer" (Brasil)
    vs. "Pode dizer-me"(P

 Sistema fonético

Os fonemas usados no português do Brasil são, muitas  vezes, diferentes dos usados no português europeu, ou seja, uma mesma palavra tem notação fonética diferente no Brasil da dos outros países lusófonos.
Existem vários dialetos dentro do português brasileiro e o europeu,entretanto, dentro de cada padrão, esses dialetos compartilham as mesmas peculiaridades básicas do ponto de vista fonético. O português brasileiro
utiliza 34 fonemas, sendo treze vogais, dezenove consoantes e duas semivogais.




 Alguns
fenômenos de pronúncia

O português brasileiro também apresenta alguns fenômenos fonológicos que não ocorreram, tal qual ocorreu no Brasil, na variedade européia.
Tais fenômenos ora são apresentados pelos tupinólogos como provas da influência tupi, ora pelos africanistas como influência das línguas dos escravos. Alguns autores, porém, contestam a tese de que houve uma influência, preferindo interpretar tais mudanças fonéticas como "desenvolvimento ou a realização de tendências latentes, embrionárias ou incipientes na língua-tronco", porquanto tais fenômenos são encontrados em outras línguas neolatinas.

  • ensurdecimento e queda do r final: ocorre também
    em francês, provençal, andaluz, etc;

  • ieísmo
    (e. g. *muier por mulher ou *trabaio
    por trabalho): no francês, em espanhol, no galego, em
    Portugal, em dialetos crioulos portugueses;

  • redução de nd a n nos gerúndios
    (e. g. *andano em vez de andando): efetuou-se no
    catalão antigo, aragonês, italiano centro-meridional;

  • alguns casos de epêntese
    (e. g., *fu por flor ou *quelaro por claro):
    aparece na evolução do latim nas diversas línguas românicas;

  • terminação verbal átona desnasalizada (e. g. *amaro
    por amaram): ocorre o mesmo em alguns falares do Norte
    de Portugal
    , como o do Baixo
    Minho
    ;

  • queda ou vocalização do l final (e. g. *finaw
    em vez de final): possível de ouvir também em algumas zonas
    do Alto
    Minho
    , no Norte
    de Portugal
    .
Nota: o asterisco (*) marca as palavras ortograficamente incorretas

 Dialetos do português brasileiro

A fala popular brasileira apresenta uma relativa unidade, maior ainda do que a da portuguesa[carece de fontes?], o que surpreende em se tratando de um país tão grande. A comparação das variedades dialetais do português brasileiro com as do português europeu leva à conclusão de que aquelas representam em conjunto um sincretismo destas, já que quase todos os traços regionais ou do português padrão europeu que não aparecem na língua culta brasileira são encontrados em algum dialeto do Brasil.
Há pouca precisão na divisão dialetal brasileira. Alguns dialetos, como o dialeto caipira, já foram estudados, estabelecidos e reconhecidos por lingüistas tais como Amadeu Amaral. Contudo, há poucos estudos a respeito da maioria dos demais dialetos, e atualmente aceita-se a classificação proposta pelo filólogo Antenor Nascentes. Em entrevista ao jornal da UNICAMP[3], o lingüista Ataliba de Castilho diz que o padrão do português paulista espalhou-se pelo Brasil. "Se você olhar mapas que retratem os movimentos das bandeiras, das entradas e dos tropeiros, verá que os paulistas tomaram várias direções, para Minas e Goiás, para o Mato Grosso, para os estados do sul. Tudo isso integrava a Capitania de São Paulo. Na direção do Vale do Paraíba, eles levaram o português paulista até Macaé, no estado do Rio de Janeiro. Era paulista a língua que se falava no Rio de Janeiro. Isso mudou em 1808, quando a população do Rio era de 14 mil habitantes e D. João VI chegou com sua Corte, cerca de 16 mil portugueses. E não eram portugueses quaisquer. Eram portugueses da Corte. Seu prestígio fez com que imediatamente a língua local fosse alterada. E os cariocas começaram a chiar, como os portugueses de então. O português paulista do século XVI precisa ser estudado, porque ele foi levado para quase todo o país, com exceção do Nordeste e do Norte". A primeira célula do português brasileiro surgiu em Minas Gerais com a exploração de pedras preciosas, quando bandeirantes paulistas, escravos, índios e europeus criaram um jeito de pronunciar que se espalhou pelo país através do comércio e outras formas. Os principais dialetos do português brasileiro são:
  1. Caipira
    - parte do interior do estado de São Paulo e de Goiás,
    parte do norte do Paraná, parte do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul,
    sul de Minas Gerais
    e Triângulo Mineiro

  2. Cearense
    - Ceará

  3. Baiano
    - região da Bahia

  4. Carioca
    - Rio
    de Janeiro (Capital)

  5. Fluminense
    (ouvir)
    - Estado do Rio de Janeiro (a cidade do Rio de Janeiro tem um falar
    próprio)

  6. Gaúcho
    - Rio
    Grande do Sul
    (a cidade de Porto
    Alegre
    possui um jeito de falar próprio)

  7. Mineiro
    - Minas
    Gerais
    (a cidade de Belo
    Horizonte
    possui um jeito de falar próprio)

  8. Nordestino
    (ouvir)
    - Estados do nordeste
    brasileiro
    (alguns estados como Ceará, Pernambuco e Piauí possuem
    diferenças lingüísticas entre a capital e o interior).

  9. Nortista
    - estados da bacia do Amazonas,
    O estado de Tocantins
    tem um falar próprio,semelhante ao nordestino.

  10. Paranaense
    - Paraná.,
    também é falado em algumas cidades de Santa
    Catarina
    e São
    Paulo
    que fazem divisa com o Paraná.

  11. Paulistano
    - cidade de São
    Paulo

  12. Sertanejo
    - Estados de Goiás,Mato
    Grosso
    e algumas regiões do Paraná
    ,apesar
    de o dialeto ter evoluído por causa da imigração forte em Mato Grosso,
    apenas Goiás
    permaneceu com esse dialeto.

  13. Sulista
    - Estados do Paraná
    e Santa
    Catarina
    (a cidade de Curitiba
    tem um falar próprio, há ainda um pequeno dialeto no litoral catarinense,
    próximo ao açoriano), o oeste e serra catarinense sofre influência do gaúcho,
    o norte catarinense e o vale do itajaí falam um dialeto com influências
    alemãs e o sul catarinense (mais precisamente em Criciúma)
    possui um falar bem parecido com o Italiano chegando a ser quase incompreensível[carece de
    fontes
    ?]

    em algumas regiões.

  14. "Manezinho
    da Ilha
    " - Cidade de Florianópolis
    (próximo ao açoriano)

  15. "Brasiliense"
    - Cidade de Brasília
    a cidade desenvolveu uma maneira própria de falar, graças as várias ondas
    de migração.

Diferenças lexicais

Ainda que o léxico brasileiro seja o mesmo que o do PE, existe uma série de peculiaridades que podem gerar confusão e desentendimentos entre os falantes das duas variantes. Há ainda as palavras que, apesar de estarem dicionarizadas em ambos os países (Brasil e Portugal), não são utilizadas por um ou por outro, gerando a mesma estranheza quando ouvidas ou lidas por um falante da outra variante.

Tupinismos

São os chamados "brasileirismos" que derivam diretamente da língua tupi ou que por ela foram influenciados, como acontece com alguns sufixos que, segundo alguns autores, funcionam mais como adjetivos do que como sufixos, já que não alteram a constituição morfológica e fonética da palavra a que se ligam. São exemplos destes sufixos o -açu (grande), -guaçu (grande) e -mirim (pequeno) nas palavras arapaçu (pássaro de bico grande), babaçu (palmeira grande), mandiguaçu (peixe grande), abatimirim (arroz miúdo) ou mesa-mirim (mesa pequena). Existem, no entanto, verdadeiros sufixos, como -rana (parecido com) e -oara (valor gentílico) nas palavras bibirana (planta da família das anonáceas), brancarana (mulata clara) ou paroara (natural do Pará) e marajoara (natural da Ilha do Marajó, Pará).
Outros exemplos são:

 Amerindinismos

Existem influências de outras línguas índigenas não tupis que se falavam no país à data da chegada dos portugueses e com as quais houve contato. Os missionários jesuítas denominaram de tapuias os aborígenes não tupi.

Africanismos

O tráfico de escravos, especialmente da África para os engenhos brasileiros, trouxe consigo, mormente da família banto, toda uma série de termos que em breve veio a determinar a criação de duas línguas africanas gerais: o nagô ou ioruba — especialmente na Bahia — e o quimbundo, mais rico de vocabulário e de expressão no resto do país. [11]

Neologismos

Há palavras novas (neologismos, que designam novos objetos, invenções, técnicas, etc) que têm uma formação distinta da que se verificou em Portugal. São exemplos ônibus por oposição a autocarro, trem por oposição a comboio, bonde por oposição a eléctrico ou aeromoça por oposição a hospedeira de bordo.
Outras exemplos são gol (pt golo, de goal, inglês, )), esporte (pt desporto, do inglês sport), xampu (pt champô, de shampoo, inglês).
A tabela abaixo ilustra outras diferenças lexicais:




Brasil
Portugal
abridor de garrafas ou saca-rolhas
saca-rolhas
abridor de latas
abre-latas
água-viva ou medusa
alforreca ou medusa
alho-poró
alho-porro
aquarela
aguarela
arquivo (de computador)
ficheiro
aterrissagem
aterragem
banheiro
casa-de-banho ou quarto-de-banho
brócolis
brócolos
caminhão ou camião (linguagem oral)
camião
carona
boleia
carro conversível
carro descapotável
carteira de identidade ou Registro Geral/RG
bilhete de identidade/BI
carteira/carta de motorista
carta de condução
chaveiro
porta-chaves ou chaveiro
concreto
betão
diretor (de cinema)
realizador
esparadrapo, bandeide (band-aid)
penso, penso-rápido
fila de pessoas
fila ou bicha
fones de ouvido
auscultadores, auriculares, fones
gol
golo
grampeador
agrafador
maiô
fato-de-banho
mamadeira
biberão
metrô
metro, metropolitano
nadadeiras, pé-de-pato
barbatanas
ônibus
autocarro
perua, van
carrinha
salva-vidas ou guarda-vidas
salva-vidas ou nadador-salvador
secretária eletrônica
atendedor de chamadas
sunga ou calção de banho
calções de banho, calção de banho
(telefone) celular
telemóvel
terno
fato
trem
comboio
torcida
claque
isopor
esferovite
pebolim (ou totó)
matraquilhos
água sanitária
lixívia
descarga
autoclismo
privada sanitária, vaso sanitário ou privada
retrete ou sanita

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ortografia

Desde 1945, existem duas normas ortográficas para o português: uma em vigor no Brasil e outra nos restantes países lusófonos. A maior parte das diferenças diz respeito às consoantes "mudas", que foram eliminadas da escrita no Brasil. Por exemplo, as palavras ação e atual, que em Portugal são grafadas acção e actual, mas ditas como no PB.
Português europeu
Português brasileiro
acção
ação
baptismo
batismo
contacto
contato
direcção
direção
eléctrico
elétrico
óptimo
ótimo
Com a implementação do Acordo Ortográfico de 1990, já aprovado pela Assembleia da República portuguesa e assinado pelo Presidente da República, a maioria das consoantes mudas serão também eliminadas da ortografia oficial do português europeu, restando apenas um número pequeno de palavras que admitirão ortografia dupla, geralmente quando a consoante é muda no português europeu, mas pronunciada no português brasileiro (por exemplo, em recepção), ou vice-versa (por exemplo, em facto).


 O trema

Trema é o sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos 'gue','gui','que','qui'.
O trema é usado no português brasileiro para assinalar que a letra u nas combinações que, qui, gue e gui, normalmente muda, deve ser pronunciada. Exemplos: sangüíneo (pronuncia-se então /sãˈgwinju/) e conseqüência (pronuncia-se então /kõseˈkwẽsja/).
A ortografia do português europeu não utiliza o trema, reservando-o para palavras derivadas de nomes estrangeiros, como mülleriano (do antropônimo Müller).
Segundo as novas regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa que entraram em vigor a partir de 1º de janeiro de 2009, o trema deixa de ser usado, a não ser em nomes próprios e derivados. Palavras como lingüiça, seqüestro, tranqüilo deixam de ter trema. No entanto, o acento continua a ser usado em palavras estrangeiras e seus derivados: Müller e Bündchen são exemplos.
Com a implementação do Acordo Ortográfico Luso-Brasileiro, o trema deixará de ser usado oficialmente no Brasil a partir de 1º de janeiro de 2013.
Porém, usa-se o trema nas palavras de origem estrangeira e nas derivadas delas e nomes próprios:
Ex. Os tipos de cerveja: München, Trüb e Kölsch. Nomes e sobrenomes: Gisele Bündchen.
Haverá um período de adaptação, de 2009 a 2012, onde será correta a utilização tanto da ortografia anterior quanto à do Novo Acordo Ortográfico. (Para melhor compreensão da tabela  veja a foto correspondente em Português)
A partir de 2013 (Novo Acordo Ortográfico)
Até 2008 (Antes do Acordo entrar em vigor no Brasil)
linguiça
lingüiça
sequência
seqüência
frequência
freqüência
quinquênio
qüinqüênio
pinguim
pingüim
bilíngue
bilíngüe
trilíngue
trilíngüe
quinquelíngue
qüinqüelíngüe
sequestro
seqüestro

Acentuação Gráfica

Devido à diferença de pronúncia entre o português falado no Brasil e o falado em Portugal, as proparoxítonas que no Brasil recebem acento circunflexo, por terem a vogal tônica fechada, em Portugal recebem acento agudo, por terem a vogal tônica aberta. Observe:

Português europeu
Português brasileiro
cómodo
cômodo       
fenómeno
fenômeno
tónico
tônico
génio
gênio









Note-se que existem exceções a esta regra, com palavras a proparoxítonas a receberem acento circunflexo em ambas as normas: fêmea, estômago, etc. (Em algumas variantes de português europeu, particularmente no Norte de Portugal, a pronúncia de fato é fémea e estómago, apesar da grafia.)
Na Língua Portuguesa, todas as palavras possuem uma sílaba tônica: a que recebe a maior inflexão de voz. Nem todas, porém, são marcadas pelo acento gráfico. As sílabas são subdivididas em tônicas, subtônicas e átonas.

 Acento Fonético

De acordo com as teorias tradicionais, o acento no português é abordado nos seguintes aspectos.

 Sílaba tônica

A sílaba tônica é a mais forte da palavra. Só existe uma sílaba tônica em cada palavra.
O guaraná - A sílaba tônica é a última (ná). A palavra é, portanto, oxítona. O táxi - A sílaba tônica é a penúltima (tá). A palavra é, portanto, paroxítona. A própolis - A sílaba tônica é a antepenultima (pró). A palavra é, portanto, proparoxítona.
A sílaba tônica sempre se encontra em uma destas três sílabas: na última (a palavra é oxítona), na penúltima (paroxítona) ou na antepenúltima (proparoxítona).

 Sílaba subtônica

A sílaba subtônica só existe em palavras derivadas, que são as que provêm de outra palavra. Coincide com a tônica da palavra primitiva, ou seja, a silaba tônica da palavra primitiva se transforma em subtônica da derivada.
Guaranazinho - A sílaba tônica é zi, e a subtônica, na, pois era a tônica da primitiva (guaraná). Taxímetro - A sílaba tônica é xí, é a subtônica, ta, pois era a tônica da primitiva (táxi). Propolina - A sílaba tônica é li, e a subtônica, pro, pois era a tônica da primitiva (própolis).

 Sílabas átonas

Todas as outras sílabas são denominadas de átonas.

 Teoria Moderna do Acento

Já as teorias modernas têm uma visão mais abrangente no que tange à questão do acento. De acordo com a Teoria do Acento, as palavras são divididas em pés, nos quais há um elemento preponderante, que recebe o nome de cabeça. Por exemplo, a palavra parafuso se divide em dois pés: (pa.ra)(fu.so). Cada pé pessui seu cabeça, no caso, o cabeça do primeiro pé é PA e o do segundo, FU. Entretanto, o cabeça do segundo pé possui maior intensidade que o do primeiro, sendo o pico de intensidade da palavra. Assim, em vez da idéia de sílabas tônicas e subtônicas, temos a noção de acento primário (fu) e acento secundário (pa).
Um outro aspecto considerado são os tipos de pés, como seguem:
Troqueu silábico - É um pé de duas sílabas, com o cabeça à esquerda. É o caso da língua portuguesa e bem representado em (pa.ra)(fu.so). O troqueu silábico é sensível à intensidade.
Troqueu moraico - É um pé de duas moras, com o cabeça à esquerda. A mora é uma unidade de duração da sílaba. Por exemplo, uma sílaba curta como pé possui uma mora, enquanto uma sílaba longa como "feet" (pés, em inglês) possui duas moras. Feet é um exemplo de troqueu moraico. O troqueu moraico é sensível ao peso (sílabas com mais de uma mora são chamadas sílabas pesadas e aquelas que têm apenas uma mora, sílabas leves).
Iambo - Todo iambo é sensível ao peso. É composto ou por duas sílabas leves ou uma sílaba leve e uma pesada. A proeminência, diferente do troqueu, recai sobre o elemento da direita. Exemplo de língua iâmbica é o francês, como, por exemplo, na palavra analogie, que pode ser dividida nos pés (a.na)(lo.gie), sendo os elementos proeminentes NA e GIE, este último o mais proeminente da palavra.
Esta teoria contraria a teoria tradicional em alguns aspectos. Um deles está citado anteriormente sobre a sílaba subtônica. Retomando o exemplo de guaraná - guaranazinho, que, na teoria tradicional tem "na" como sílaba subtônica e "zi" como tônica. Já a teoria do acento afirma que não pode haver choque de acentos. Ou seja, o acento secundário nunca é vizinho do acento primário. Isto foi constatado também em estudos da fonética acústica. Se separarmos os pés troqueus, como é o caso do português, teremos dois pés bem formados e um pé degenerado (pé que não segue a formação esperada): (gua)(ra.na)(zi.nho). Pela estrutura acentual do português, a sílaba proeminente em (ra.na) será RA e em (zi.nho), ZI. Assim, temos, como acento secundário da palavra guaranazinho, a sílaba RA e, como acento primário, a sílaba ZI.

Aspectos gramaticais

Você e tu

Em algumas regiões do Brasil, o pronome de tratamento você ganhou estatuto de pronome pessoal, e nessas áreas houve uma quase extinção do uso do tu e do vós. O você em Portugal é uma forma de tratamento semi-formal, já no Brasil é a forma mais comum de se dirigir a qualquer pessoa, excetuando-se pessoas mais velhas ou, em situações formais, superiores hierárquicos ou autoridades (neste caso é empregada a forma de tratamento o senhor ou a senhora). Os pronomes você e vocês requerem formas verbais de terceira pessoa, o que reduz o número de flexões do verbo em relação aos pronomes. Quanto menor é o número de flexões que o verbo faz em relação aos pronomes, mais necessário se faz o preenchimento do sujeito pronominal. Isso torna o português brasileiro mais parecido com as línguas de pronome pessoal obrigatório como o francês e o inglês.
  • Apesar do pouco uso do pronome reto tu no português falado na
    maior parte do Brasil, o seu correspondente pronome oblíquo te ainda
    é amplamente utilizado no português brasileiro, freqüentemente em combinação
    com formas pronominais e verbais de terceira pessoa. Apesar de comum mesmo
    entre falantes escolarizados, o uso de te com você é
    condenado pelas gramáticas normativas usadas nas escolas brasileiras e é
    evitado na linguagem formal escrita.
  • O pronome possessivo teu também é ocasionalmente usado no português
    brasileiro para referir-se à segunda pessoa, embora seja menos comum do que
    o oblíquo te.
  • A combinação você/te/teu no português brasileiro falado
    assemelha-se em natureza à combinação vocês/vos/vosso encontrada
    freqüentemente no português europeu coloquial.
  • O tu é amplamente utilizado nas regiões Norte
    , Nordeste
    (excluindo a Bahia), Sul
    e no
    Rio de Janeiro
    , mas conjugado freqüentemente na 3ª pessoa do singular:
    Tu fala, tu foi, tu é. Em algumas regiões do Sul
    (sul, sudoeste e oeste do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) e do
    Norte (Pará), o uso do tu na forma culta (conjugado na 2ª pessoa do
    singular) é até bem mais usado que o você.
  • Em alguns lugares da região Sul, Norte e em praticamente todo o Nordeste
    (excluindo a Bahia), o tratamento por tu é mais comum, usando-se os pronomes
    pessoais oblíquos
    de forma mais consistente (p.ex. para ti, com
    o mesmo significado que teria para você).
  • Em parte da Região
    Sul
    e do Nordeste, muitas vezes conjuga-se o pronome pessoal tu
    com o que aparentemente seria a mesma forma utilizada na 3ª pessoa do
    singular do pretérito imperfeito do subjuntivo para referir-se ao pretérito
    perfeito do indicativo. Ex: Tu fizesse isso? Tu comesse no bar ontem? Na
    verdade, isto é a contração da forma da segunda pessoa do pretérito
    perfeito do indicativo: Fizeste -> Fizes'e , Comeste -> Comes'e, onde
    o "t" desaparece mas não se altera o som precedente de /s/.


Uso dos pronomes pessoais e formas de
tratamento
1.ª pess. sin.
Eu
falo
2.ª pess. sin.
Tu
falas
Brasil: Em algumas regiões do Brasil é pouco usado
Portugal e algumas regiões brasileiras: informal
3.ª pess. sin.
Ele/Ela
Você
O senhor/A senhora
A gente
fala
Você no Brasil: informal e às vezes, semi-formal (por exemplo no
trato com um desconhecido)
Você em Portugal e algumas regiões brasileiras: semi-formal
O senhor/A senhora: sempre formal
A gente: sempre informal
1.ª pess. pl.
Nós
falamos
2.ª pess. pl.
Vós
falais
Brasil: usa-se raramente (formalidades, serviço religioso e arcaísmo
histórico). Não se usa, quase sempre, na linguagem coloquial e falada
Portugal: usa-se (pouco) nos dialectos setentrionais e galegos (também
se usa muito formalmente, como no Brasil)
3.ª pess. pl.
Eles/Elas
Vocês
Os senhores/As senhoras
falam
Vocês: sempre informal
Os senhores/As senhoras: sempre formal

Uso de reflexivos e da voz passiva sintética

Há no Sudeste e no Sul do Brasil uma tendência de se omitir o uso dos pronomes reflexivos em alguns verbos, exemplo: eu lembro ao invés de eu me lembro, ou eu deito ao invés de eu me deito. Em particular, verbos que indicam movimento como levantar-se, sentar-se, mudar-se, ou deitar-se são normalmente tratados como não-reflexivos na fala coloquial daquelas regiões. O uso da voz passiva analítica é também muito mais comum em PB do que em outras variantes, onde a voz passiva sintética com a partícula apassivadora -se é preferida. Como exemplo, é muito mais comum dizer-se no Brasil a partida foi disputada do que a partida disputou-se ou a partida se disputou.

Pronomes oblíquos

O PB é uma variante com forte tendência proclítica, ainda que as gramáticas normativas não legitimem o uso dessa colocação pronominal em vários contextos. Há, contudo, um início de revisão dessa questão por parte da Academia Brasileira de Letras. No Português brasileiro, usa-se geralmente o pronome oblíquo antes do verbo (próclise), a não ser nos casos em que o verbo inicie a frase. O PE, por sua vez, apresenta-se como uma variante mais enclítica, sendo uma exceção habitual as frases na negativa. Já a mesóclise, possível nos tempos simples do futuro no PE, é pouco utilizada no PB, com exceção de contextos litúrgicos onde o padrão bíblico, que privilegia essa colocação pronominal, é adotado.
Exemplos
PB
PE
Eu o convido
Convido-o
Ele me viu
Ele viu-me
Eu te amo
Amo-te
Ele se encontra
Ele encontra-se
Me parece
Parece-me
Vou o encontrar
Vou encontrá-lo
No PB falado, os pronomes oblíquos 'o', 'a', 'os' e 'as' praticamente não são usados, sendo quase sempre substituídos pelos pronomes pessoais do caso reto ('ele', 'ela'...). O uso dos pronomes oblíquos é, entretanto, mais comum, principalmente na fala culta, quando eles se seguem a um infinitivo e são transformados respectivamente em 'lo', 'la, 'los, 'las'. O uso dos oblíquos de terceira pessoa é também obrigatório, em qualquer caso, na linguagem formal escrita.

 O gerúndio

Em muitos aspectos o português brasileiro é mais conservador que o europeu. Um exemplo disso é o emprego do gerúndio. Recentemente, nas variantes dialetais de Portugal a norte do rio Tejo, o gerúndio perifrástico combinado com verbos como estar e andar, (que dá idéia de ação durativa ou de movimento reiterado) tem vindo a ser substituído pelo infinitivo do verbo antecedido pela preposição a (e. g. estou a fazer em vez de estou fazendo). No Brasil este fenómeno também existe, mas é mais raro e aplica-se a um número muito mais reduzido de contextos gramaticais.
Português brasileiro
Português europeu (a norte do Tejo)
Observações
Eu estou cantando
Eu estou a cantar
Este tipo de estrutura é tão usada que pode dar a ideia de que em
Portugal não se usa gerúndio
A vida vai moldando a pessoa...
A vida vai moldando a pessoa...
Neste caso (verbo ir, expressando mudança gradual), é sempre usado o
gerúndio em qualquer região
O governo continua defendendo...
O governo continua a defender...
Há casos (como nos verbos continuar e acabar) em que no
Brasil também se pode não usar o gerúndio

 Semântica

Muitas palavras, sem perderem o seu significado tradicional, enriqueceram-se com uma ou mais acepções novas no Brasil. Por exemplo, virar também significa transformar-se em e prosa é também utilizado com o sentido de loquaz, conversador ou gabarola.


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